Frente a uma plateia composta por diversos representantes de religiões de matriz africana, parlamentares foram à tribuna da Alepe, nesta terça (21), registrar a passagem do Dia Internacional contra a Discriminação Racial. A data que celebra a luta pelos direitos das pessoas com síndrome de Down também foi lembrada na Reunião Plenária, que ainda foi palco de cobranças dirigidas ao Governo do Estado. Durante o Pequeno Expediente, a deputada Rosa Amorim (PT) elogiou o presidente Lula pela assinatura de uma série de medidas em favor da igualdade racial, como a titulação de áreas quilombolas e a criação do Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, também celebrado neste 21 de março.
A petista denunciou a persistência dos ataques contra as casas de axé e os povos de terreiro. “Apesar da liberdade de culto, o racismo religioso permanece, mas não toleramos intolerância religiosa em Pernambuco”, ressaltou. Rosa Amorim aproveitou para destacar a instalação da Comissão Especial de Combate à Fome na Alepe. Segundo a parlamentar, o colegiado vai realizar visitas, pesquisas e audiências públicas a respeito do tema. Ainda sobre o Dia contra a Discriminação Racial, a deputada Dani Portela (PSOL) elogiou o pacote de medidas de combate ao racismo lançado nesta terça pelo presidente Lula e pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Entre as ações mencionadas, a parlamentar destacou a criação de um grupo de trabalho para a redução de homicídios da juventude negra. “Não queremos mais mulheres negras chorando a morte de seus filhos”, afirmou.
Dani Portela também comemorou a criação de um grupo de trabalho para o enfrentamento à discriminação religiosa e lamentou o aumento de 173% nos casos de intolerância no Brasil em 2021. Por fim, a deputada anunciou a proposição de um projeto de lei para a criação de cotas raciais na Universidade de Pernambuco (UPE). á no Grande Expediente, o deputado João Paulo(PT) afirmou que persiste no Brasil uma falsa ideia de “democracia racial”, propagada durante o período da Ditadura Militar. “Desde a escravidão, o racismo existe e precisa ser combatido diariamente. Ele está enraizado na sociedade e presente em todas as instâncias, institucionais, políticas e econômicas, o que contribui para a perpetuação das desigualdades e injustiças”, ressaltou.
O parlamentar também destacou que a discriminação contra as religiões de matrizes africanas representa uma outra forma de racismo. “Isso é algo inadmissível num País constitucionalmente laico”, frisou.